12 junho, 2009

Essa Ilógica Lógica de Amar...

Por Cau Alexandre


Existe uma lógica no amor?! Não, o amor não é algo lógico. Definitivamente não é!

Logicamente deveríamos amar quem se apresenta a nós com qualidades próximas a nossas, não só no geral, mas especificamente. Não bastavam só serem apreciadores das mesmas músicas, as mesmas bandas, os mesmos tipos de filme, os mesmos autores, a mesma visão política. O raio da alma gêmea não tinha que ser 'gêmea'? Alôôôôôô! Dãããã... não é óbvio?!

Respondo: Não, não é!


Esse tipo de alma gêmea finda por ser nosso melhor amigo, tipo irmão, confidente, companheirão... Mas não amor.

O amor é uma força estranhamente desconhecida, fantasmagoricamente inesperada. Mesmo que com o tempo e a convivência aprendamos a partilhar (ou ao menos a respeitar e tolerar) gostos e pensamentos.

Mas antes... Ah! Quantos pensamentos, palavras e ações contraditórias.

Para desespero geral, ele/ela é sempre algo tão absurdamente estranho a nós! Sim... o amor tão estranhamente conhecido e tão absurdamente distante de nós. Se não é o jeito de vestir, o irritante modo de falar, ou a forma de andar, ou a risada, ou a gesticulação, ou o ego, ou parecer um sabe tudo, ou ser meloso, ou ser turrão, ou cabeça dura... Ou... Ou... Ou... Definitivamente irritante... Terrivelmente atraente.

Loucura???? Simmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!

Amor é calmo? Mas ele só se torna de uma solidez calma e rigidamente implacável quando antes passou por uma furiosa e intolerantemente loucura.

Tão louco esse amor que vence nossas defesas, nossos medos, nossas convenções e até nossas certezas.

Tão bom e tão doce que parece dissolver qualquer outra coisa que teime em nos tirar o leve e agradável pensamento do momento no qual estamos com nosso ser amado. Tão obscuramente indecifrável que nós não conseguimos explicar. Algo quase impossível até aos mestres das palavras, que as dobram e as tornam flexíveis... nem assim conseguem explicar esse ilógico amor, talvez tentar descrevê-lo... Com certeza sentir!

E cá pra nós, esse sentir oscila entre o céu e o inferno dos sentidos. Vai da sensação de andar em nuvens ao desespero da morte e da dor. E isso em alguns minutos.

Mas, cá pra nós, mesmo quando o coração se sente aos pedaços, quando se tem a certeza que amar na verdade é dor, raiva tristeza e choro, quando o amor mostra sua face mais escura e nos faz chorar. Quando se faz milhares de promessas de nunca mais amar, de nunca mais deixar que o sentimento nos envolva e nos carregue pelo seu verdejante campo de momentos felizes, se sabe com a força de uma única certeza que jamais, em momento algum, de forma alguma, aquele que ama intensamente jamais abriria mão de amar novamente somente pela certeza que não sofreria. é o tipo de promessa que jamais cumprimos.

Não amar é quase uma desumanidade, mesmo sendo controverso ao que a maioria diz.

Por quê? Porque o amor é essa loucura deliciosa que nos move. Que nos guia, que nos encaminha àquela pequena e às vezes esquecida clareira dos sentidos profundos, dos sentimentos verdadeiros, daquilo que nos faz mais, muito mais humanos.

E em momentos de uma louca e deliciosa falta de censo, sentimos esses mesmo amor nos fazer maiores, melhores, quase deuses num Olimpo particular.

Lógica? Mas que lógica haveria na insanidade de amar?

Mas me responda sinceramente: Quem disse que a vida precisa de mais lógica? Eu só preciso sentir e amar! E que a vida nos seja leve!

Um café mais doce hoje... Até!

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