Por Cau Alexandre
Deveríamos falar mais de amor, mas só quando entendêssemos as implicações de amar de verdade.
Quando houvesse sentido em amar apesar de tudo. Quando o amor fosse capaz de superar até a si mesmo e as frustrações humanas.
Deveríamos falar de respeito, mas só quando o nosso umbigo fosse menor que o mundo, e os nossos olhos vissem mais além que a ponta do nosso próprio nariz.
Deveríamos falar de alegria, mas só quando a nossa alegria fosse mais pelo ser do pelo ter. Quando ficássemos alegres pelo pouco, pelo simples, pelo delicado, pelo detalhe quase imperceptível.
Deveríamos falar de saudade quando soubéssemos o valor de conviver com outras pessoa. Quando aprendêssemos a valorizar a companhia e não a solidão. Quando estar com alguém fosse uma dádiva e não uma prisão imposta ao outro pobre e prisioneiro ser.
Deveríamos falar até em ódio, quando soubessem o alcance e o poder real da decisão de perder a alma. Quando tivéssemos certeza que ser mau por pouca coisa não nos torna maus, nos torna tolos.
Deveríamos falar de liberdade, quando nossa alma fosse livre pra amar, respeitar, se alegrar e ser feliz simplesmente pelo fato de que se pode ser.
Deveríamos cultivar mais ações que palavras, mas nunca deveríamos abandonar as palavras que devem ser ditas, os sentimentos que valem a pena serem sentidos e as nossas verdades mais profundas.
As palavras são de vida, se a vida lhes dá vigor e seiva.
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