09 setembro, 2008

Das coisas que não entendemos...

Por Cau Alexandre

Um sufoco!

Aquele aperto que tira o fôlego. Quem sabe onde? Quem sabe no coração? Quem sabe na mente? Talvez seja só a ânsia de por um momento conseguir dobrar em palavras tudo aquilo que vai no pensamento perdido.

Talvez, seja o suspiro da memória que não quer permitir verbalizar uma última lembrança, para que essa não voe com o vento para longe... além... muito além do infinito.

Há palavras que nunca deveriam ser ditas. Há verdades que deveriam ser escondidas a sete chaves, no mais profundo baú do subconsciente, para que de lá jamais pudessem sair.

Mas quem resiste uma palavra pulsante? Quem contém a palavra que grita ser verdade e incomoda até os ossos rasgando todo véu de consciência e dizendo-se no direito de existir e de ser VERBO?

Quem sufoca as sonoras letras que se arrumam cheias de adjetivos e floreios, mas que na ânsia do nascimento perdem todo o desenho para se permitirem nuas, cruas e verdadeiras, emolduradas de sangue e lágrimas como que saídas de um parto difícil em busca da luz da liberdade de simplesmente existirem além de nós mesmos.

Quem sabe se a agonia não é a dor de sentir as nossas certezas nos abandonarem e num misto de todos os sentimentos nos sentimos órfãos das verdades que parimos e criamos pela vida toda, aninhando-as como filhas dentro de nós por tempos e tempos a fio, sem deixá-las vê-las a claridade do conhecimento alheio.

E nesse momento sentimos um aperto vazio. A dilacerante dor da certeza que algumas coisas na vida jamais devem ser ditas, entendidas ou explicadas. Apenas sentidas em silêncio por uma das partes para que a outra possa seguir livre sem rumo voando em suas próprias ilusões.

Pois o que a recente verdade nascida da agonia de existir não entende é que alguns de nós só tem a ilusão para se alimentar!

E depois que já não há mais o que fazer, quando dizemos tudo e já não há retorno, aprendemos a calar... Pois agora "escuto o silêncio que há em mim e basta"...







Até outro café...

5 comentários:

Anônimo disse...

Restaria a mim comentar a redação... O estilo, quem sabe?
O que eu sei, é que não comentarei a necessidade de "expressar" esse silêncio. Porque todo ele é sábio...

Beijos na alma.

Anônimo disse...

Amada....é neste silêncio que encontramos a essência do nosso ser.

Belíssimo escrito.

Amo-te.

Anônimo disse...

Mestra, esta xícara de café no dia de hoje me fez ouvir muitos silêncios que gritavam em mim há tempos...

Obrigada

Anônimo disse...

...da minha parte, por vezes permito que alguém se disfarce de silêncio e invada com toda força a minha alma.
...da minha parte, por vezes permuto silêncio com alguém como se invadissimos cada um a alma do outro.
E que ela me tenha enquanto silêncio em minha alma for. E que seja assim como bem diria um poeta amigo de muitos anos que me tocou sobre o mesmo assunto: - ...então que venha o silêncio! E que seja violentamente calmo, calmamente violento. (JulinhoTerra)
beijokas meu Bem Bom
tião

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu